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domingo, 10 de novembro de 2013

Dia 10. O inferno gelado na estrada da morte


Domingo, 08 de setembro de 2013.

De La Paz/Bolívia a Coroico/Bolívia (197 km)


Cuidado! Essa estrada da morte mata mesmo. Passamos apuros em uma das estradas mais perigosas do mundo, entre La Paz e Coroico... Este é o relato de mais um dia na Expedição América do Sul, uma viagem de moto que fiz acompanhado do primo Pedro passando por alguns países da América do Sul durante o mês de setembro de 2013. Uma viagem extraordinária em que foram vivenciadas muitas emoções ao longo do trajeto. Passamos calor e frio, tivemos alegrias e dificuldades, momentos de tranquilidade e apreensão. Continue lendo para acompanhar a viagem.



Trajeto do dia:
Trajeto de La Paz / Bolívia a Coroico / Bolívia.
Trajeto de La Paz / Bolívia a Coroico / Bolívia.

Trajeto detalhado:
Trajeto detalhado de La Paz / Bolívia a Coroico / Bolívia.
Trajeto detalhado de La Paz / Bolívia a Coroico / Bolívia.

Euforia inicial

Às 06h30, toca o despertador. Chegara o momento de conhecer a famosa e “lendária” estrada da morte, na Bolívia, que liga La Paz a Coroico. Umas das estradas mais mortais do mundo, senão a mais mortal. Aliás, qual estrada na Bolívia não é mortal? Pois, pelo que pudemos perceber, quase todas por onde passamos são à beira de penhascos.


Levanto-me da cama num pulo! Relembro-me das diversas pesquisas que havia feito na internet, que narravam sobre alguns dos muitos acidentes ocorridos na época de sua frequente utilização. Recentemente, o pior trecho da estrada para Coroico (pelo qual passamos), que é de terra e à beira de “abismos”, foi desativado e noutro ponto, mais seguro, construída uma estrada nova.

Esse seria um dia tranquilo, desfrutado por inteiro no passeio à estrada da morte. Dessa forma, selecionamos somente o que era mais necessário para o trajeto que faríamos no dia. Antes de sair, tirei algumas fotos de La Paz:


Vista do quarto do hotel em La Paz.
Vista do quarto do hotel em La Paz.
Pose para foto na janela do quarto do hotel.
Pose para foto na janela do quarto do hotel.
Gilberto e Pedro no quarto do hotel em La Paz.
Gilberto e Pedro no quarto do hotel em La Paz.
Montei apenas o baú traseiro, sem modificar o conteúdo que já carregava desde os primeiros dias: uma capa de chuva, remédios, itens e peças de reposição para a moto, suportes/cabos de conexão da câmera/netbook e uma sacola contendo alguns pares de luva que utilizava conforme a temperatura e necessidade. Mal poderia adivinhar o que estava por vir. Na saída, abastecemos o tanque e seguimos viagem.


Casas muito pobres na periferia de La Paz.
Casas muito pobres na periferia de La Paz.
Passando pela periferia de La Paz.
Passando pela periferia de La Paz.
Desfiladeiros na saída de La Paz.
Desfiladeiros na saída de La Paz.

Belíssimas paisagens e forte fiscalização

Como já havíamos repassado o trajeto no dia anterior, foi relativamente fácil encontrar a Ruta Nacional 3 para Coroico. Logo na saída da cidade, início da RN3, paramos em um posto de fiscalização. O militar perguntou onde iríamos e nos pediu que apresentássemos os documentos e a licença para dirigir na Bolívia (informações mais detalhadas a respeito  da documentação podem ser encontradas no relato do "Dia 05. Faroeste boliviano: um tiro de 400 km e a fuga pela auto-estrada").


Parada para apresentar documentos.
Parada para apresentar documentos.
Militar conferindo documentação.
Militar conferindo documentação.
Coroico a poucos quilômetros.
Coroico a poucos quilômetros.
Bem no início do trajeto, começamos a ver belíssimas paisagens rodeadas de precipícios e montes nevados. Seguíamos devagar e paramos algumas vezes para bater fotos (Perdoem as fotos não muito nítidas, mas, a lente da caixa protetora da câmera embaçou um pouco no momento).


Belas curvas.
Belas curvas.
Represa no caminho para Coroico.
Represa no caminho para Coroico.
Olha o passarinho.
Olha o passarinho.
Uma bela lagoa no caminho para Coroico.
Uma bela lagoa no caminho para Coroico.
Foto cedida pelo Pedro
Montanhas nevadas no caminho para Coroico.
Montanhas nevadas no caminho para Coroico.
Foto cedida pelo Pedro
Picos nevados.
Picos nevados. Foto cedida pelo Pedro.
Um grande e profundo vale à frente.
Um grande e profundo vale à frente. Foto cedida pelo Pedro.

Outro posto de fiscalização.

Mais um ponto de fiscalização na estrada.
Mais um ponto de fiscalização na estrada.
Foto cedida pelo Pedro.
Olha a estrada lá embaixo.
Olha a estrada lá embaixo.
Posto de gasolina entre La Paz e Coroico.
Posto de gasolina entre La Paz e Coroico.
Quase chegando na entrada da morte.
Quase chegando na entrada da morte.

Onde é a entrada?

Aqui, nos confundimos um pouco, mas, não era essa a entrada.


Será que a estrada da morte é por aqui?
Será que a estrada da morte é por aqui?
Por volta dos 50 km de viagem ficamos atentos ao desvio para a estrada da morte (Camino a los Yungas), cujo ponto de entrada fica à direita de quem segue para Coroico, descendo a serra. Já havia visto, na internet, as imagens da entrada e saberia identificá-la quando a visse. Assim, pelos 56 km, encontramos o ponto de desvio da estrada nova para a estrada velha (estrada da morte).


Entrada para a estrada da morte.
Entrada para a estrada da morte.
Por garantia, ainda pedi informações em uma vendinha, a alguns metros dali.


Pedindo informação para não errar o caminho.
Pedindo informação para não errar o caminho.

Camino a los Yungas

Logo na entrada, vimos algumas placas contendo orientações sobre como trafegar na estrada (o sentido de circulação é como mão inglesa).


Estradada morte. Camino a los Yungas.
Estradada morte. Camino a los Yungas.
Quem desce para Coroico deve ficar do lado esquerdo e quem sobe do lado direito, assim, o motorista fica com a sua janela lateral voltada para o lado do penhasco, tornando mais fácil visualizar o limite da estrada para realizar manobras, caso necessário. Ao longo desse trajeto, a atenção deve ser redobrada.

Para quem não está muito acostumado a dirigir na contramão, pensei: 
"Será que é isso mesmo?" 

Ainda paramos para discutir o assunto.


Sentido do tráfego é de mão inglesa.
Sentido do tráfego é de mão inglesa.
Alguns turistas se preparando para descer de bicicleta pela estrada da morte.


Ciclistas se aventuram na estrada da morte.
Ciclistas se aventuram na estrada da morte.
Foto cedida pelo Pedro.
Vimos paisagens muito bonitas, porém, no começo, pensei que fôssemos ver apenas neblina.


Neblina se dissipando na estrada da morte.
Neblina se dissipando na estrada da morte.
Pose para foto na estrada da morte.
Pose para foto na estrada da morte.
Estrada cortando a montanha ao longe.
Estrada cortando a montanha ao longe.
O penhasco está logo ao lado.
O penhasco está logo ao lado. Foto cedida pelo Pedro.
Descida íngreme na estrada da morte.
Descida íngreme na estrada da morte.
Uma bela vista ao final da curva.
Uma bela vista ao final da curva.
Nuuuhhh!


Uma queda seria fatal.
Uma queda seria fatal.
A seguir, um estreitíssimo acostamento para manobras.


Acostamento estreito para manobra de carros.
Acostamento estreito para manobra de carros.
Bela paisagem na curva.
Bela paisagem na curva.
Descendo os degraus da estrada.
Descendo os degraus da estrada.
Buzinaço em cada curva para avisar quem sobe pelo lado contrário.
Buzinaço em cada curva para avisar quem sobe pelo lado contrário.
Foto cedida pelo Pedro.
Um riacho logo abaixo.
Um riacho logo abaixo.
Ciclistas descendo a estrada da morte.
Ciclistas descendo a estrada da morte.
Mais uma das inúmeras paradas que tivemos. Dessa vez, para tirarmos o forro interno da jaqueta, pois, já começava a esquentar.


Pose para fotos. Camino a los Yungas.
Pose para fotos. Camino a los Yungas.
Bela cadeia de montanhas.
Bela cadeia de montanhas.
O acostamento fica lá embaixo.
O acostamento fica lá embaixo. Foto cedida pelo Pedro.
Estrada encravada na rocha.
Estrada encravada na rocha.
Movimento de carros na estrada da morte.
Movimento de carros na estrada da morte.
Foto cedida pelo Pedro.
Nossa! Aqui, quase não passa um carro.

Quase não há espaço para um carro.
Quase não há espaço para um carro.
É sempre bom tentar observar por outro ponto de vista.

Estrada da morte vista de um ângulo diferente.
Estrada da morte vista de um ângulo diferente.
Sorriam...

Mais uma parada para fotos.
Mais uma parada para fotos.
Vai um refresco aí?


Um refresco para driblar o calor.
Um refresco para driblar o calor.
Atravessamos vários riachos e, em um deles, vimos algumas pessoas lavando roupa. Parece ser rotina.


Atravessando um riacho.
Atravessando um riacho. Foto cedida pelo Pedro.

Ponto de apoio: Coroico

Em torno das 15h, chegamos em Coroico. Tivemos que pagar para entrarmos na cidade de Coroico/BO. Todos os turistas devem fazê-lo, segundo declarou o funcionário.

Pedágio para entrar em Coroico.
Pedágio para entrar em Coroico.

Ingresso de entrada em Coroico.
Ingresso de entrada em Coroico.
A cidade é bastante movimentada e observamos muitos turistas, vários deles, aparentemente, tinham descido de bicicleta pela estrada da morte. Chegamos cansados e encharcados de suor, pelo calor que fazia.


Praça central de Coroico.
Praça central de Coroico.
Em seguida, passamos em alguns restaurantes e, por causa do horário, encontramos todos fechados ou com as cadeiras erguidas, mas, por sorte, achamos um que estava aberto. E ainda tivemos que esperar o cozinheiro chegar.


Hora do almoço.
Hora do almoço.
Comemos uma reforçada macarronada.


Uma bela macarronada.
Uma bela macarronada.

Um aperitivo para o que estava por vir

Pelas 16h30, debaixo de um pingado de chuva, resolvemos voltar para La Paz. Começava a chover e, enquanto as motos eram abastecidas, vimos uma grande nuvem negra de tempestade. 

Esperávamos que ela não nos alcançasse e não chovesse na serra para La Paz, pois, se isso acontecesse, passaríamos bastante aperto porque não estávamos com muitas roupas de frio naquele momento. 

Contudo, para minha frustração, na saída de Coroico, meu desejo ficou apenas na esperança, pois, logo quando entramos num posto para abastecer, comecei a sentir alguns pingos maiores de chuva.


Abastecendo as motos para retornar a La Paz.
Abastecendo as motos para retornar a La Paz.
Foto cedida pelo Pedro.
Descemos com cuidado o caminho até a Ruta Nacional 3 porque boa parte é de pedras e paralelepípedos e, com o chão se tornando molhado, havia muito risco de acontecer um escorregão. Em um momento que paramos para pedir informação, fomos pegos por uma ventania de levantar muita poeira do chão.


Muita ventania e dificuldade para encontrar a estrada nova para La Paz.
Muita ventania e dificuldade para encontrar a estrada nova para La Paz.

Pedindo informação para voltar para La Paz.
Pedindo informação para voltar para La Paz.
Foto cedida pelo Pedro.


Colocados à prova

Ao deixarmos a estrada de terra, bem no início do asfalto da RN3, passamos por um posto de controle da polícia e iniciamos nossa escalada para La Paz. Tudo o que queríamos era que não chovesse, mas, uma chuva não muito forte já nos acompanhava constante e insistentemente. Antes de iniciarmos efetivamente a "caminhada", o Pedro ainda precisou resolver uma briga com seus óculos, pois, uma das lentes se soltou da armação.


Pedro consertando óculos quebrado.
Pedro consertando óculos quebrado. Foto cedida pelo Pedro.

Ao longo do caminho, a chuva piorou e trouxe junto muito frio, contudo, para nossa grande sorte, não se tornou torrencial. Não estávamos totalmente preparados para a chuva, pois, saímos de manhã com céu limpo e evitamos carregar excesso de bagagem. Depois de alguns km percorridos, vimos uma oportunidade e paramos num posto na beira da estrada, mais ou menos um quarto do caminho até La Paz, para vestirmos o forro interno da jaqueta e nos preparamos o máximo para o que estava por vir. Já era quase noite. Nessa hora, minhas pernas e pés já estavam um pouco umedecidos por causa do calor da tarde, na estrada da morte, e por um pouco da chuva que tomamos até esse ponto.

Aproveitei para trocar minhas luvas e vestir outro par que estava guardado no baú, mais apropriado para o frio. Nesse momento, estava ficando preocupado porque os meus dedos do pé já começavam a ficar dormentes por causa da umidade que se acumulou dentro da bota e do frio. Nos preparamos psicologicamente para o pior... e não tínhamos dúvida de que iria piorar.


Enfrentando chuva e lama no retorno para La Paz.
Enfrentando chuva e lama no retorno para La Paz.

Avaliamos, até mesmo, voltar e dormir em Coroico. Entretanto, preferimos continuar no sentido para La Paz. Julgamos que seria a melhor opção. Pensamos que, caso voltássemos e não encontrássemos lugar para dormir em Coroico, teríamos que ficar vagando à procura de hotel, à noite, sob chuva e num lugar desconhecido; e o que é pior, poderíamos acabar sem opção e nos vermos obrigados a ter que subir a cordilheira novamente. Além do mais, com a chuva, o percurso de estrada de terra até Coroico já poderia ter virado um barro bem escorregadio.

Andamos mais um pouco e, faltando uns 35 km para La Paz, chegamos em um posto de controle da polícia rodoviária. Parei para perguntar se havia alojamento no local. Não havia. Minha preocupação no momento era esquentar meus pés, pois, os dedos já estavam insensíveis. Nessa hora, já começava a imaginar coisas: 

“Puxa vida, o que estou fazendo aqui? Congelou tudo! Quantos dedos vou perder?” 

Fiquei preocupado com congelamento. As meias úmidas já não ajudavam a esquentar e, pelo contrário, prejudicavam ainda mais; ainda havia a ação do vento gelado esfriando a bota e repassando o frio para os meus pés.

Lembrei-me de um par de sacolas no baú da moto; não sabia se iria adiantar alguma coisa, mas, aproveitei a parada e peguei essas duas sacolas vazias e as amarrei em volta da bota para evitar que a água gelada da chuva e o vento entrassem em contato direto com ela.

Ótimo! Faltava, apenas, colocar as luvas e seguir viagem, mas, quem disse que não poderia piorar: coloquei uma das luvas e, quando fui vestir a outra, não consegui. Minha mão estava um pouco úmida e não entrava pelo forro interno de lã. Então, quando tirei a mão para tentar ajeitá-lo, ele embolou ainda mais. Enquanto isso, minha mão ia esfriando, juntamente com o aumento da ansiedade em chegar logo em La Paz. Dessa forma, tomei uma decisão: pedi emprestado o canivete do Pedro e cortei o forro interno da luva. Pronto! Entrou fácil! Religamos os motores e continuamos a subida da cordilheira novamente.

Vários quilômetros adiante do posto de controle, uma grata surpresa: a chuva cessou. Excelente, vai melhorar, pensei! A chuva, ora mais fraca ora mais forte, nos atormentou durante todo o trajeto desde  Coroico até o momento, exceto pelos próximos 20 minutos quando, literalmente, começou a nevar.

Íamos devagar e eu, frequentemente, passava a mão (a luva, melhor dizendo) na viseira do capacete para limpá-la e melhorar a visibilidade e fui percebendo que já não a limpava mais por causa da chuva, mas sim, pelo nevoeiro que nos envolveu; e ficou tão denso que quase não enxergava 10 metros à frente. Foi quando observei que se acumulavam cristais esbranquiçados na minha jaqueta, ao longo do meu braço. Nessa hora me dei conta de que não era uma simples neblina, mas, neve caindo.

A visibilidade estava péssima e, num determinado momento, percebi o farol do Pedro se afastar cada vez mais até que desapareceu por completo. Então, parei e voltei para ver o que tinha acontecido e o avistei, à margem da estrada, segurando o escapamento da moto. “Estragou”, logo imaginei! Era só o que faltava, uma moto quebrada nessa hora e nessas condições. 

Contudo, quando cheguei mais perto e o indaguei, ele respondeu que estava apenas aquecendo as mãos. Eu também estava com muito frio, porém, nos pés; até havia encontrado uma posição para apoiá-los em cima do motor da moto, mas, não adiantou muito, pois, mesmo utilizando uma marcha mais baixa para mantê-lo acelerado, o calor gerado era rapidamente dissipado pelo ambiente frio.

Continuamos pela estrada e, algumas curvas depois, vi uma fila de uns três, ou quatro, carros parados no acostamento. Achei que pudesse ter acontecido algum acidente, mas, quando passei perto vi que (aparentemente) não era muito sério: um carro havia saído da estrada e caído numa valeta após o acostamento. 

Depois de algumas curvas, mesmo devagar, foi minha vez de quase sair da estrada, pois, ao cruzar com um veículo que estava com farol alto e que me deixou com a visão um pouco ofuscada, percebi que a estrada tinha acabado e comecei a avançar sobre o acostamento. Chequei, até, a parar completamente a moto a fim de voltar para a estrada. Sorte minha, pois, como estávamos subindo em direção a La Paz, o máximo que poderia acontecer seria uma trombada com o paredão de montanhas, haja vista que o penhasco estava do outro lado da pista. A atenção foi redobrada e a tensão, que já era grande, ficou ainda maior.

Eu já estava com bastante frio e, constantemente, vinha-me à consciência o pensamento de que a noite estava avançando e, consequentemente, a tendência era a de esfriar ainda mais.

Porém, quando comecei a achar que a situação passaria de assustadora para aterrorizante, como uma luz no fim do túnel, percebi que a névoa estava para acabar, pois, rapidamente, foi ficando cada vez mais fraca... e como alguém que atravessa um cortinado e avista o que se passa do outro lado, pude ver as luzes da cidade de La Paz como se fosse dia claro. A neblina cessara completamente.

Entre mortos e feridos, salvaram-se todos

Ao atravessar completamente, de dentro para fora, aquele paredão de neblina em que estávamos (que apelidei de “os portões do inferno gelado”), pude sentir uma grande diferença na sensação térmica (para melhor). Fiquei bastante aliviado em observar que o restante do caminho para La Paz, alguns poucos km, seria mais tranquilo. Sob chuvisco chegamos, cansados e, ainda meio assustados, no hotel em que estávamos hospedados.

Um susto no caminho para La Paz.
Um susto no caminho para La Paz.
A imagem, a seguir, não está muito boa, mas, pode-se perceber o saco plástico que usei para "embalar" minha bota, a fim de que não entrasse em contacto direto com a friagem e água da chuva (acho que não adiantou muito, mas, no momento de dificuldade, foi o que me veio à mente).

Adaptações para enfrentar as dificuldades.
Adaptações para enfrentar as dificuldades.
Bem, enfim,  apesar do susto, o dia terminou em gargalhada.

No fim tudo acabou em gargalhada.
No fim tudo acabou em gargalhada.
Foto cedida pelo Pedro.
Hotel: $190 bolivianos (US$27,30)

Dicas de viagem

  • Quem decide ir conhecer a tão temida estrada da morte (Camino a los Yungas) de moto não terá problemas ao escolher descer ou subir pelo trajeto da estrada. Porém, a quem estiver de carro, aconselho realizar o caminho de subida da estrada da morte. Ou seja, passar direto pela entrada que dá acesso ao Camino a los Yungas e descer até a cidade de Coroico/BO pela rodovia nova e recém-construída. Então, a partir daí, realizar a subida da serra pela estrada da morte. Digo isso porque o sentido de circulação é como mão inglesa na qual os veículos que trafegam na direção oposta vêm pela direita. Consequentemente, dessa maneira, quem sobe essa estrada fica do lado de dentro, mais longe do penhasco, perto do paredão. A direção é dessa forma porque, assim, o motorista que desce pelo caminho fica do lado do barranco e tem mais chance de controlar (enxergar) a distância até o fim da pista. 
  • Além disso, é recomendado que se use a buzina a cada curva para alertar os motoristas que vêm pelo sentido contrário.
  • Aos motociclistas desavisados, não se deixem enganar pelas boas condições do tempo na hora de descer a cordilheira quando forem visitar a estrada da morte. Lembrem-se de levar uma boa roupagem de frio. Estejam preparados para a volta, pois, o tempo pode mudar de repente e, caso isso aconteça, aposto que vão se arrepender por não terem levado roupas de frio suficientes. Ao menor sinal de chuva preparem-se para muito frio e forte neblina ao subir para La Paz.



SOBRE O AUTOR

4 comentários:

  1. rsrss queria ver o persao nessa estrada da morte hahahaha

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    Respostas
    1. Rsrsrs... boa! Faça ele se sentar primeiro. Mostre as fotos só depois. kkkk
      Abraço!

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  2. Olá amigo viajante, estou indo p Bolivia e lendo seu relato onde foi abordado por policiais bolivianos solicitando permissão para dirigir na Bolivia, fiquei com duvida se é necessario alguma autorizacao especial ou nao alem da CNH brasileira?

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    Respostas
    1. Olá viajante!
      Os documentos que você precisa levar para a Bolívia (pelo menos, nos foi cobrado naquela época, em 2013) são:

      - CNH (carteira de motorista);
      - CRLV (documento do veículo) - se o veículo não for financiado ou estiver no nome de outra pessoa você precisará levar uma autorização do banco (ou do dono) para deixar o Brasil com o veículo;
      - Passaporte dentro da data de validade ou RG expedido a no máximo 10 anos;
      - Seguro Carta Verde;
      - Carteira internacional de vacinação contra febre amarela;
      - Declaración Jurada de Ingreso y Salida de Vehículo de Uso Privado para Turismo.

      Esse último documento lhe será entregue ao entrar na Bolívia e você não deve perdê-lo ou avançar sem ele pela país sob pena de ter seu veículo confiscado em uma abordagem policial ou militar. Se me lembro bem, acho que há uma distância limite a partir da qual não se pode avançar mais sem ter a posse desse documento. Tome cuidado!

      Mais informações a respeito podem ser encontradas no relato do "Dia 05. Faroeste boliviano: um tiro de 400 km e a fuga pela auto-estrada"

      Espero ter ajudado. Fico à disposição.
      Boa viagem!

      Kallás.

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