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sábado, 19 de outubro de 2013

Dia 08. Terremoto em Cochabamba


Sexta-feira, 06 de setembro de 2013.
De Comarapa
/Bolívia a Quillacollo/Bolívia (320 km)


Segurem-se!. Com terremoto não se brinca. Perdidos em Cochabamba e com GPS quebrado nos hospedamos no pé da serra de La Paz... Este é o relato de mais um dia na Expedição América do Sul, uma viagem de moto que fiz acompanhado do primo Pedro passando por alguns países da América do Sul durante o mês de setembro de 2013. Uma viagem extraordinária em que foram vivenciadas muitas emoções ao longo do trajeto. Passamos calor e frio, tivemos alegrias e dificuldades, momentos de tranquilidade e apreensão. Continue lendo para acompanhar a viagem.



Trajeto do dia:
Trajeto de Comarapa/Bolívia a Quillacollo/Bolívia - 320 km.
Trajeto de Comarapa/Bolívia a Quillacollo/Bolívia.
Trajeto detalhado:
Trajeto detalhado de Comarapa/Bolívia a Quillacollo/Bolívia - 320 km.
Trajeto detalhado de Comarapa/Bolívia a Quillacollo/Bolívia.


Saindo no horário marcado

Acordei 6h. Havíamos combinado começar a sair mais cedo, até 8h. Também, já tinha arrumado boa parte da bagagem na noite anterior, a fim de poder encurtar o tempo de organização do restante das coisas. Às 6h30 fui chamar o Pedro e ver se já tinha acordado.

Nesse hotel não serviam café da manhã, então, precisei comer algumas bolachas e chocolates que comprei anteriormente. Arrumamos toda a bagagem e conseguimos sair às 8h, como planejado.


Antes de sairmos da cidade, paramos em um posto de gasolina para abastecer o tanque das motos. Até o momento não tivemos problema em posto algum e o preço foi bastante variado no sentido de que, em alguns estabelecimentos, nos cobravam o preço para estrangeiros e, em outros, o valor praticado para os moradores locais.


À beira de penhascos

A poucos metros dali, iniciamos o trecho do dia em uma estrada, já sem asfalto, e os próximos 130 km seriam de estrada de chão (carretera, como era chamada qualquer estrada de terra).

Mais estrada de terra na saída de Comarapa / Bolívia.
Mais estrada de terra na saída de Comarapa / Bolívia.
Já no início do trajeto, começamos a ver e passar por barrancos enormes.

Belas paisagens em direção a Cochabamba / Bolívia.
Belas paisagens em direção a Cochabamba / Bolívia.


Rumo a Cochabamba / Bolívia em 150 km de estrada de terra.
Rumo a Cochabamba / Bolívia em 150 km de estrada de terra.


Uma estrada à beira de penhascos.
Uma estrada à beira de penhascos.
Um pouco mais à frente, paramos para apreciar a paisagem e tirar (sacar) algumas fotos.

Parada para registrar fotos.
Parada para registrar fotos.


Bela cadeia de montanhas.
Bela cadeia de montanhas. Foto cedida pelo Pedro.
Percebam Comarapa ao fundo, no final do vale.

Comarapa / Bolívia ao fundo, no fim do vale.
Comarapa / Bolívia ao fundo, no fim do vale.
Foto cedida pelo Pedro.
  Registrando imagens.

Registrando fotos.
Registrando fotos. Foto cedida pelo Pedro.
Pose para foto.

Pose para foto na companhia das motos.
Pose para foto na companhia das motos.
Foto cedida pelo Pedro.
...por detrás da cena:

Por detrás das câmeras.
Por detrás das câmeras.
Olha o Pedro aí também:

Pedro com as motos.
Pedro com as motos. Foto cedida pelo Pedro.


Pedro com as motos. De outro ângulo.
Pedro com as motos. De outro ângulo.
Após essa parada, experimentei acoplar a câmera em uma posição diferente, na "queixeira" do capacete, mas, não gostei porque o para-brisas sujo da moto ficou bem na frente da câmera e não permitia registrar boas imagens.

Olhando no retrovisor.
Olhando no retrovisor.
Mesmo que estivesse limpo não ficaria bom, pois, não possibilitaria guardar imagens “nítidas” da paisagem. Assim, logo na parada seguinte, mudei a posição novamente.

Como havíamos necessitado do GPS no dia anterior, preferi deixá-lo preparado na moto, a fim de não perder tempo numa futura utilização.

GPS devidamente instalado na moto.
GPS devidamente instalado na moto.
Ao longo da estrada, vimos diversos vilarejos.

Continuando o caminho rumo a Cochabamba / Bolívia.
Continuando o caminho rumo a Cochabamba / Bolívia.
Todo o percurso da serra foi de muitas belas paisagens tangenciando, frequentemente, barrancos e precipícios.

Bonito vale.
Bonito vale.


Bonito vale e vegetação cerrada
Bonito vale e vegetação cerrada.


Uma bela cadeia de montanhas.
Uma bela cadeia de montanhas.


Uma bela cadeia de montanhas. Sob outro ângulo.
Uma bela cadeia de montanhas. Sob outro ângulo.


Curva fechada. Será que vai voltar?
Curva fechada. Será que vai voltar?
Também era preciso ter atenção com os animais. Tudo bem que estávamos mais devagar, mas, de qualquer maneira, se um bicho desses se assusta e entra desembestado pela estrada, pode dar uma trombada que machuca...

Cuidado com os animais na estrada.
Cuidado com os animais na estrada.
Na primeira parada (de 10 minutos apenas), aproveitei para limpar a lente da caixa protetora da câmera, pois, com a temperatura mais baixa facilmente ela poderia embaçar e tornar as imagens não muito nítidas.

Parada para um lanchinho.
Parada para um lanchinho.


Não olhe para baixo

E a viagem segue... sempre com belas paisagens.

Grandes picos.
Grandes picos.
A estrada não estava movimentada, pelo menos nesse dia e horário, porém, os poucos veículos que encontramos pelo caminho nos faziam exercitar a paciência porque tínhamos que esperar um bom ponto de ultrapassagem para passarmos com certa folga. Em alguns lugares a faixa de estrada era bastante estreita e quase não cabiam dois veículos um ao lado do outro. Uma coisa boa é que sempre havia acostamento...

Estrada estreita em alguns pontos.
Estrada estreita em alguns pontos.
...mas, estava a apenas algumas dezenas de metros abaixo.

À beira do abismo.
À beira do abismo.


Penhasco de cá e penhasco de lá.
Penhasco de cá e penhasco de lá.
Outras belas paisagens:

Bonita paisagem.
Bonita paisagem.


Um largo vale entre montanhas.
Um largo vale entre montanhas.


Terreno quase sem vegetação.
Terreno quase sem vegetação.


Cruzando riachos.
Cruzando riachos.


Que altura!
Que altura!


Outro pequeno vale entre as montanhas.
Outro pequeno vale entre as montanhas.
Já na cidade de Epizana, encontramos um restaurante onde pudemos almoçar, com calma e tranquilidade, um belo PF (prato feito), como em todas as refeições anteriores na Bolívia.

Está na hora de almoçar.
Está na hora de almoçar.


Arroz, carne e salada, como sempre.
Arroz, carne e salada, como sempre.


Buracos? Não, crateras na pista

Após Epizana, começou um asfalto bom misturado com péssimo; bom, porque era liso e bem firmado; péssimo, porque havia muitos blocos grandes de asfalto retirados da pista e à espera de manutenção. Acabei passando em um deles, mais rápido, e achei que algum pneu iria começar a esvaziar, mas, para nossa sorte foi apenas imaginação mesmo. Nada grave.

Buracos que mais pareciam crateras.
Buracos que mais pareciam crateras.
Após algum tempo de descida, começamos a subir novamente e a temperatura esfriou bastante, contudo, as paisagens nos compensavam.

Vegetação rasteira.
Vegetação rasteira.


Uma bela cadeia de árvores no vale.
Uma bela cadeia de árvores no vale.


Vale verdejante no fundo do penhasco.
Vale verdejante no fundo do penhasco.


Seguindo o curso do rio.
Seguindo o curso do rio.


Batendo cabeça em Cochabamba

A viagem foi tranquila até chegarmos ao caos do trânsito de Cochabamba. Num certo momento o Pedro, que estava na frente,  se perdeu. Como eu também não consegui localizar placas indicativas da direção correta a seguir, decidimos parar a fim de que eu pudesse ligar e configurar o GPS para nos direcionar. Enquanto o Pedro pedia informação, eu tentava achar, no GPS, a cidade mais próxima (no nosso trajeto para La Paz) para sairmos de Cochabamba. Escolhi Quillacollo.

Perdidos em Cochabamba / Bolívia.
Perdidos em Cochabamba / Bolívia.


Colocando GPS para funcionar.
Colocando GPS para funcionar.

O GPS funcionou perfeitamente e nos guiou até a cidade programada, Quillacollo, na Bolívia. Paramos em um posto e gasolina para descansar um pouco e, como já se aproximava o fim de tarde, e com a temperatura caindo, decidimos seguir até a próxima cidade e pernoitar por lá.


Já está na hora de parar

Desde Samaipata (dois dias antes), percebêramos que ao anoitecer esfriava muito. Desse modo, ao fim da tarde, ou logo após escurecer, nos habituamos a parar para dormir na primeira cidade onde achássemos que haveria um hotel razoável, a fim de evitarmos o frio.

Passamos Quillacollo e fomos até a cidade de Parotani (distante uns 25 km), onde tentamos, sem sucesso, achar um lugar para dormir. Após rodamos em vielas e becos, parecidos com os de uma favela, o único hotel que achamos ainda não estava funcionando, e o segundo indicado, não encontramos.

Cada lugar estranho.
Cada lugar estranho.


Procurando um lugar para dormir ao sair de Cochabamba / Bolívia.
Procurando um lugar para dormir ao sair de Cochabamba / Bolívia.


Um hotel que ainda não estava funcionando.
Um hotel que ainda não estava funcionando.
Como estávamos cansados, sugeri voltarmos a Quillacollo para dormir e foi o que fizemos. Em Quillacollo, foi mais fácil achar um lugar, O hotel onde ficamos não tinha estacionamento, porém, o funcionário nos deixou guardar as motos no hall de entrada. Tivemos que, até, passar pelo passeio e descer um degrau alto, que achei que fosse raspar a parte inferior do escapamento da moto, mas, desci devagar e não houve problema.

Motos no estacionamento do hotel.
Motos no estacionamento do hotel.
Registramos nossa entrada no hotel e a funcionária disse-nos que teria que ficar com nossos documentos (passaporte), “como garantia”, até o momento em que pagássemos o pernoite do alojamento. Ficamos meio cismados, mas, já que não havia outro jeito... Assim, como não havia nenhum aposento com duas camas, cada um foi para o seu quarto.


E então... o terremoto

Algum tempo depois, quando tentei ligar o GPS, para configurar os pontos de rota do dia seguinte, ele resolveu não funcionar mais. Dava partida nas tarefas de inicialização, mas, não as terminava, desligando-se alguns segundos depois. Fiquei chateado.

Tomei banho e saímos para jantar. Aliás, um belo prato.

Um bifão e papa de arroz.
Um bifão e papa de arroz. Foto cedida pelo Pedro.
Descobrimos que era aniversário da cidade, por isso estava com ar de agitação. Andando pelo passeio vimos que as pessoas dispõem seus produtos nas calçadas e passeio, como camelôs.

Já acomodados na mesa do restaurante, num momento de silêncio, ficou explicado o motivo pelo qual meu GPS parou de funcionar*: terremoto em Cochabamba, mais especificamente em Quillacollo. Foi a notícia que ouvimos pela televisão do restaurante, dada pelo noticiário local. Pelo que pudemos escutar e entender, informaram que ocorrera um terremoto de 3.9, na escala Richter, naquele mesmo dia (06/09/2013).
“El Observatorio de San Calixto registró a las 05.52 (hora local) de este viernes un sismo de magnitud 3.9 grados en la escala de Richter  en la provincia Quillacollo del departamento de Cochabamba, reportó ERBOL.

El analista del observatorio Percy Aliaga dijo que el epicentro está aproximadamente a 23 kilómetros al noroeste de Tiquipaya y al noroeste de la ciudad de Cochabamba.

Dijo que algunos pobladores de Tiquipaya sintieron el sismo, pero no se tiene reporte de daños materiales ni personales.”

Fonte:
http://www.erbol.com.bo/noticia/regional/06092013/registran_sismo_de_39_grados_en_la_provincia_quillacollo

* (Brincadeiras à parte, quando voltei da viagem procurei a loja onde havia comprado o GPS e, como ainda estava na garantia, trocaram por um novo, mas, não souberam informar a causa do problema no GPS. De minha parte, vou continuar a dizer que foi o terremoto, só para assustar!)


Preparativos para o dia seguinte

Depois da janta, o Pedro tentou achar um lugar para imprimir seu ingresso de Machu Picchu, no entanto, o comércio já estava no horário de encerramento. Mas, eu sim, encontrei o que procurava: comprei alguns chocolates e comprimidos para o mal da altitude. Caso houvesse algum desconforto, na subida para La Paz, tomaríamos o remédio indicado.

Voltamos para o alojamento e planejamos a rota, do dia seguinte, a partir dos mapas impressos que eu havia levado e pelo digital instalado no computador.

Imagens do quarto do hotel.

Quarto do hotel na saída de Cochabamba / Bolívia.
Quarto do hotel na saída de Cochabamba / Bolívia.

Quarto do hotel na saída de Cochabamba / Bolívia. Outro ângulo.
Quarto do hotel na saída de Cochabamba / Bolívia. Outro ângulo.

E do formato das tomadas de parede habituais da Bolívia.

Padrão de tomada elétrica na Bolívia.
Padrão de tomada elétrica na Bolívia.
Hotel: $50 bolivianos (US$7,18)


Dicas de viagem


  • Esteja preparado para enfrentar muitas estradas de terra na Bolívia, pois, à exceção das vias principais e de algumas secundárias, todas as demais estradas são de terra (rípio) ou em mau estado de conservação, alternando asfalto muito ruim e rípio.



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